Este artigo procura caracterizar o conceito moderno de política diante dos fenômenos que se designam pelo termo "globalização". Examina-se como o Estado moderno consolidou sua capacidade de dominação à medida em que se revelou capaz de estruturar simbolicamente uma identidade coletiva particular, expressa pela idéia de cidadania. Sustenta-se que a diversificação dos espaços de decisão e a transferência de competências econômicas, jurídicas e militares para instâncias supranacionais, regionais ou transnacionais, ao mesmo tempo em que questiona a soberania estatal, começa a redefinir de modo inédito o espaço da política, visto que as relações de poder, neste novo contexto, deixam de ser acompanhadas por processos de identificação coletiva, até agora assegurados pela capacidade de decisão do Estado.
This article characterizes the modern concept of politics in the light of the phenomena that have been designated by the term "globalization". It will be analized how the modern State has consolidated its capacity for domination as it has been able to formulate in structural and symbolic terms a colective identity, expressed through the idea of cityzenship. It is argued that the diversification of decision arenas and the transfer of economic, juridical and military competences to supranational, regional or transnational instances, question State sovereignty and at the same time begin to redefine a new the political sphere, given that power relations, in this new context, cease to be paralleled by processes of colective identification, that have, until now, been assured by the decision capacity of the State.
Cet article vise à caracterizar le concept moderne de politique en face des phénomènes designés para le terme "mondialisation". On discute la consolidation de l'Etat en ce Qui concerne as capacité de domination dans la mesure où il se révèle apte à structurer symboliquement une identité collective particulière, traduite par l'idée de citoyenneté. On soutient que la diversification des champs de décision et le transfert des compétences économiques, juridiques et militaires aux instances supranationales, régionales ou bien transnationales, met en question la souveraineté d'Etat et commence à redéfir en même temps le champ de la politique de façon inouïe, puisque les relations de pouvoir dans ce nouveau contexte ne sont plus accompagnées des processus d'identification collective, jusqu'à présent assurés par la capacité de décision de l'Etat.